Geração à rasca





Nunca participei em manifestações. Tenho tanto gosto por política como desprezo pelas pessoas que a representam. Os partidos vejo-os como um aglomerados de pensantes que abdicam da sua vontade própria para carneirar em torno de um lider que, supostamente, representa todos eles. São um afunilar de ideias em que se perdem as identidades individuais em torno de um compromisso de ideias com as quais pactuamos mas não concordamos.

Independentemente da "colagem" partidária que se seguiu, o movimento "Geração à rasca" nasceu apartidário. Não era nem foi um protesto de um partido, organização ou entidade. Nasceu porque os portugueses estão descontentes, e decidiram mostrar eles mesmos isso a quem tem que nos governar e levar numa melhor direcção. Esta não foi uma manifestação de pessoas de esquerda, de direita, de membros de determinada classe, grupo ou causa. Foi uma manifestação de todos os portugueses, pois todos os portugueses sentem na pele o quão à rasca estão.

E, como português que poderia estar à rasca (de certa forma até estou), decidi participar. Fui até à embaixada portuguesa em Madrid, de forma pacífica e tranquila, demonstrar apenas com a minha simples presença que não concordo com o actual estado das coisas. E, embora apenas estivéssemos lá 40 pessoas, senti-me parte dos 100-200 mil (nunca há números consensuais) que estiveram em Lisboa. Sinto que fiz algo pelo meu país, por mim e pelas minhas pessoas, pelo meu futuro e pelo de todos nós, portugueses. Esperemos que a nossa classe política perceba a nossa mensagem: vocês não estão acima de nós, mas sim abaixo. Como se diz desde 74, "o povo é quem mais ordena".

0 comentários:

Enviar um comentário

 
Copyright © Um copo com...