Viva aos cristãos “faz de conta”

Cardeal Patriarca de Lisboa defende diminuição de cristãos “faz de conta”

Ora aqui está um senhor que, por uma vez na vida, diz qualquer coisa acertada (se calhar até disse mais, mas como é cardeal, tudo o que ele diz deve ser encarado com espírito especialmente critico). Deveríamos acabar os cristãos de faz de conta. Como o próprio diz, isto são aquelas pessoas que casam pela igreja porque sim, aquelas que vão à missa de domingo porque não têm nada melhor para fazer.

Há uma certa tendência em ler a palavra "cristão" como sendo alguém que segue a doutrina da igreja católica apostólica romana. No entanto, "cristão" apenas significa alguém que acredita na religião de Cristo. E religiões à roda de Cristo andam aí a pontapé. A igreja de Roma e do Papa é uma delas. As restantes têm menos visibilidade, mas também andam aí.

Se se fizesse a distinção entre cristão no sentido literal da palavra, e cristãos da igreja católica apostólica romana, chegaríamos à mesma conclusão a que o senhor Policarpo chegou: há muita gente que acredita em Deus e em Cristo, mas poucos vivem segundo o modelo imposto pelo Vaticano.

O que faz disto um grande tiro no pé por parte do senhor Policarpo. A igreja assenta na fé e na crença que existe à sua volta. É esta espécie de clubismo que a sustenta, não só financeiramente, como também politica e socialmente. E é essa imagem de cristão = católico apostólico romano que lhe permite transmitir essa imagem de entidade poderosa com imensos seguidores em todo o mundo. Mesmo quando, na realidade, tal não se verifica.

A igreja conta com muitos seguidores, mas também com muitos que o são sem o quererem. Muitos são os que acreditam em Deus e se vêem associados a Roma e ao Papa devido a um preconceito social. E é isso que permite à igreja manter a posição que detém, porque embora tenha poucos verdadeiros fieis, tem muitos falsos crentes que ajudam a aumentar os números e a manter-lhe o poder que detém.

Se alguém levasse a ideia do senhor Policarpo para a frente, até seria bom. Talvez o Papa dissesse menos disparates e a fé em Cristo passasse a contribuir para o bem das pessoas, em vez de as manipular e incutir a não utilizarem preservativos, e outras tantas barbaridades completamente desfasadas da realidade do século em que nos encontramos.

Mas, por outro lado, há quem diga que eu tenho mau feitio. Se calhar é só isso a vir ao de cima....

2 comentários:

Abobrinha disse...

Não sei se o pessoal praticar mais a religião nos moldes exactos da igreja contribuiria para o bem das pessoas. Isto porque em parte desistiriam da própria individualidade para carneirarem à volta do primeiro imbecil que lhes aparecesse no púlpito ou no confessionário, o que é sempre duvidoso.

Pela minha parte assumo-me como católica não praticante. Ou agnóstica, ainda não decidi ao certo.

Bacardi disse...

Esse é o principal motivo pelo qual as pessoas se juntam às religiões. É mais fácil seguir ordens do que pensar por nós próprios. É mais fácil ir a um confessionário e alguém dizer-nos "reza 50 avé marias que isso passa" e ficar com esse sentimento de redenção, do que ir ter com alguém cara a cara e pedir desculpa. Se é melhor para elas ou não não interessa. Faz com que se sintam melhor, e para muitos isso chega.

O ser cristão ou não não me incomoda. Cada um é livre de acreditar no que quer. São também igualmente livres de pensar por si próprios, e de ver com olhos críticos as recomendações desta ou de qualquer outra igreja. Claro que muitos não o fazem. E isso sim é revoltante.

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